Novos mundos / uma homenagem a Antônio Temporão
Novos mundos
No dia 25 de julho, na
Camará Municipal da nossa cidade foi
feita uma homenagem ao artista Antonio Temporão que morreu no auge da sua
Gloria como todo bom artista merece morrer.
Eu fiquei surpresa de
descobrir como ele era amado pelos artistas Parnanguaras apesar de não viver na
cidade já fazia alguns anos, lembrei-me que eu também o conheci, mas de uma
maneira diferente, para mim ele era apenas um dos melhores amigos da minha irmã
que também estuda Belas Artes e deseja ser uma artista reconhecida e bem conceituada,
mas parece que o artista é mesmo reconhecido depois da sua morte, quando já não
pode modificar a sua obra, e ela se transforma em uma referencia para novos
artistas.
Temporão era uma pessoa
muito inteligente, bem equilibrado, tinha um senso critico apurado e sabia se
expressar como ninguém, tinha um dialogo franco e aberto, nunca teve medo de expressar
as suas ideias, nunca percebi nenhum rasgo de fingimento nele, era simples e
direto.
Eu tive com ele, uma das
mais lindas experiências da minha vida, foi aqui mesmo em Paranaguá, em frente
ao Rio Itibere.
Depois que a Sylvia e eu
fomos e m uma festa ao estilo anos oitenta, resolvemos esticar a noite com
alguns amigos, tudo parecia bem, enquanto discutíamos sobre vários assuntos, a
noite foi transcorrendo tranquilamente, até que fomos parar no Miriam Bar, um
conhecido boteco da cidade onde acontecem coisas bizarras, hoje já não fica
mais no centro da cidade.
Já era avançada a hora e
eles gentilmente pediram para que a gente se retirasse a Sylvia já esta até
acostumada com isso, alias o apelido dela deveria ser. Silvinha fecha Boteco.
Assim que gentilmente o
Antonio temporão nos convidou para tomar café no Camboa hotel, assim que o
dia amanhecesse, mas enquanto isso não
acontecia a Sylvia decidiu tirar a bota em algum lugar escondido da cidade por
que a estas alturas os pés doíam muito.
Enquanto a Sylvia tirava
as botas resolvemos o Antonio e eu sentar-nos em um banco da praça, onde fica o
restaurante La Barca e foi justamente daí que eu vi um dos espetáculos mais lindos da
minha vida, com o Antonio me relatando os fatos, com aquele jeito artístico de
narrar as coisas.
Eu vi o sol nascer, e
enquanto o sol nascia, ele pintava de arco Iris
no mar , lentamente como se estivesse acordando o dia e em cada cor havia mil matizes diferentes,
que eu acho que só um pintor seria capaz de reconhecer, nunca fiquei tão feliz
e tão agradecida na minha vida por ter ficado uma noite inteira acordada, nem
mesmo no natal ou ano novo , claro que e já vi outros amanheceres depois
desse, mais nenhum deles foi tão
especial como aquele que presenciei na companhia sensível do Antonio Temporão.
Só por isso, e também
por tudo o que eu fui capaz de aprender e enxergar através dos teus olhos Valeu
Temporão, meu muito obrigado!
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