Hoje é dia de poesia / La stravaganza por Andréa Carvalho Gavita
La Stravaganza
a cabeça das valquírias
em apoteose andante
pelo fermento proibido de flores
na modéstia dos mosteiros
papoulas pedintes na opulência velada
das fechaduras
suplicantes preces de pergaminho
danificado por gota de láudano
ou lástima
em apoteose andante
pelo fermento proibido de flores
na modéstia dos mosteiros
papoulas pedintes na opulência velada
das fechaduras
suplicantes preces de pergaminho
danificado por gota de láudano
ou lástima
eram-me fogueira fria na trilha
que não me permanecia
pouco
a pata da raposa na fétida claridade
dos obituários
sempre viva
sempre ao leste
de qualquer nome que não dissesse o meu
na rosa murcha de meu antúrio
prepotente
na sinapse das suculentas
e antigas glórias da manhã
que não me permanecia
pouco
a pata da raposa na fétida claridade
dos obituários
sempre viva
sempre ao leste
de qualquer nome que não dissesse o meu
na rosa murcha de meu antúrio
prepotente
na sinapse das suculentas
e antigas glórias da manhã
la madre maestra
que não me detia
mesmo que grito
aviso, castigo, caridade
ou embuste de erva taberneira
mestra de púrpuras digitais
nem morta
castrati
a mulher de luvas
paralisa-me
que não me detia
mesmo que grito
aviso, castigo, caridade
ou embuste de erva taberneira
mestra de púrpuras digitais
nem morta
castrati
a mulher de luvas
paralisa-me
a fumaça jovem no calor da pedra
ancora-me a alma
casa de minha rocha
eu, de infinitos pés lacrados
centopeia fabulosa
com meus dedos de polifemo
estivador
ancora-me a alma
casa de minha rocha
eu, de infinitos pés lacrados
centopeia fabulosa
com meus dedos de polifemo
estivador
eis-me furna de teu devaneio
trono de tua austeridade
eis-me postulado em tuas pústulas
de prostituta
sagrada
máscara de minha peste
campestre
trono de tua austeridade
eis-me postulado em tuas pústulas
de prostituta
sagrada
máscara de minha peste
campestre
eis-me foxglove
nada de ti em mim
que não sejam campânulas
de convento barroco
abandonado
no esqueleto empalhado
da ópera que sangra tua iluminura
medieval
nada de ti em mim
que não sejam campânulas
de convento barroco
abandonado
no esqueleto empalhado
da ópera que sangra tua iluminura
medieval
AC
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