hoje é dia de poesia /Karboca por Andréa Carvalho Gavita


o oceano lambe-se como um gato
do mato
meus ossos de navio
trocam a floresta
por um espelho mercante
mil indígenas assoviam
dentro das vértebras
evangelizadas
finjo-me especiaria
de pó finíssimo
estátua de colorau
o canto tribal das ondas
aprende o idioma
dos marinheiros
deixo que me cortem a língua
de pajé
cauterizo o choro titânico
nas águas falantes
que cobriam a terra
antes dos mapas
a maré vermelha bebe meu nome
***
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