Hoje é dia de poesia / Soneto de Euclides da Cunha


“Ontem quando soberba escarnecias
Dessa minha paixão louca, suprema,
E no teu lábio essa rosa de algema,
A minha vida gélida prendias...

Eu acreditava em loucas utopias,
Tentava resolver grave problema
_ Como engastar tua alma em um poema?
E eu não chorava quando tu rias...

Hoje que vives desse amor ansioso
E és minha, só minha extraordinária sorte,
Hoje eu sou triste sendo tão ditoso!...

E tremo e choro pressentindo, forte.
Vibrar dentro em meu peito, fervoroso. 
“Esse excesso de vida que é a morte...”.
                                                                    Euclides da Cunha
                                                                              (Ondas e outros poemas Esparsos)





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