hoje é dia de poesia / Nostalgia do céu
NOSTALGIA DO CÉU
Ei-lo que sonha, triste e só. . . Que estranho augúrio
A alma te agita, Arcanjo Negro? Que magia,
Que sortilégio, à dura abóbada sombria,
No Orco, te prende o chamejante olhar sulfúreo?
A alma te agita, Arcanjo Negro? Que magia,
Que sortilégio, à dura abóbada sombria,
No Orco, te prende o chamejante olhar sulfúreo?
Que encantamento cabalístico assedia
Tua cabeça? Em que palácio, em que tugúrio,
À evocação de Grande Mago, no perjúrio
Presa ficou tua infernal figura esguia?
Tua cabeça? Em que palácio, em que tugúrio,
À evocação de Grande Mago, no perjúrio
Presa ficou tua infernal figura esguia?
Nada de mais. . . Lembra Satã a imensa Queda
No boqueirão da Eterna Sombra que lhe veda,
Eternamente, eternamente, ver os céus. ..
No boqueirão da Eterna Sombra que lhe veda,
Eternamente, eternamente, ver os céus. ..
Punge-o a saudade, a nostalgia, a funda mágoa
De estar (Satã já tem os olhos rasos d'água!)
Longe da Luz, longe do Azul, longe de Deus!
De estar (Satã já tem os olhos rasos d'água!)
Longe da Luz, longe do Azul, longe de Deus!
(Rezas do Diabo, pág. 1-1.)
VENCESLAU DE QUEIRÓS
(1865-1921)
(1865-1921)
Comentários
Postar um comentário