Hoje é dia de poesia / Simetria do frio ( compartilhada do face )
A simetria do frio
Ninguém me disse que ao nascer odiaria tanto a linguagem
como sonhar que a janela teria a minha cara
o meu sangue e o amor de fazer o teu corpo
cinzas pastilhas jaulas cervos vespas
um museu nevoado de ventres alheios.
Tiraram-me ao nascer a cor urina a cor lágrima a cor inocência.
Os meus pulmões ainda prematuros arranham a cor doença
e o teu amor de me tatuares espelhos onde a menina confunde
os peixes com os anjos da guarda.
Ninguém me disse que era uma tradução do frio
ninguém me ensinou o cadáver que havia nos olhos da papoila.
Poderias tatuar-me de crostas ou cicatrizes
que mentem sobre o tempo.
Poderias tatuar-me máscaras onde não sabemos
ser atores das feridas.
Eu poderia fazer do teu ventre
um cemitério de tubarões vivos.
Eu poderia depurar o que derramas sobre a noite
depurar a contemplação da noite.
O olho derramou a pergunta que dói
acalentou a mão que dorme no espelho.
Ninguém me disse que era uma tradução de um espelho.
Repeti tanto a cor da minha fuga que o cadáver
estava quente nos olhos da papoila.
Poderias tatuar-me rostos cegos de chuva ácida
os meus pés estão mudos já que tentam
encontrar a simetria do frio.
como sonhar que a janela teria a minha cara
o meu sangue e o amor de fazer o teu corpo
cinzas pastilhas jaulas cervos vespas
um museu nevoado de ventres alheios.
Tiraram-me ao nascer a cor urina a cor lágrima a cor inocência.
Os meus pulmões ainda prematuros arranham a cor doença
e o teu amor de me tatuares espelhos onde a menina confunde
os peixes com os anjos da guarda.
Ninguém me disse que era uma tradução do frio
ninguém me ensinou o cadáver que havia nos olhos da papoila.
Poderias tatuar-me de crostas ou cicatrizes
que mentem sobre o tempo.
Poderias tatuar-me máscaras onde não sabemos
ser atores das feridas.
Eu poderia fazer do teu ventre
um cemitério de tubarões vivos.
Eu poderia depurar o que derramas sobre a noite
depurar a contemplação da noite.
O olho derramou a pergunta que dói
acalentou a mão que dorme no espelho.
Ninguém me disse que era uma tradução de um espelho.
Repeti tanto a cor da minha fuga que o cadáver
estava quente nos olhos da papoila.
Poderias tatuar-me rostos cegos de chuva ácida
os meus pés estão mudos já que tentam
encontrar a simetria do frio.
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