O jardim de Susan / mensagem do dia por Cassia Brewer

Chá das cinco , todos os convidados  se poem elegantemente á mesa,  a musica clássica, e discreta numa impecável harmonia com o cenário parece fluir de um quadro de Da Vinci , as pessoas conversam em um tom mediano, sobre o inverno rigoroso, questões mundiais como imigração e câmbio, nada de misere ou reclamações quotidianas.
Olhos azuis se olham, estão prontos para o inicio do ritual, afinal já são cinco horas. Todos esperam exitados pelo retorno de Susan, a anfitriã que se ausento por alguns minutos ... "W here is  Susan "?
A pontualidade britânica vai se rompendo vai se rompendo como o hinem de uma virgem que saboreia pela primeira vez,  a ansiedade do prazer, saio eu então , a procura desta figura intrigante.
Em um jardim a quase vinte minutos da mansão dos Hawards, vejo Sue. Um riacho corta o jardim privado onde somente quem tem a chave pode desfrutar do cenário, impecável recheado de flores variadas e surpreendentemente aromáticas. Um perfume gelado com cores radiantes e dura.  Como resistem esses seres tão delicados ao inverno tão rigoroso? Em meio a tanta frieza as flores resistem elegantemente. Uma estatua da grega Afrodite, bem colocada ao centro do jardim apenas contempla a paisagem , parece ter vida. apenas observa. Assim vi Susan correndo com seu sobretudo preto, aberto ao vento... seus cabelos negros cintilavam na fria e cândida paisagem, . Corria em  todas as direções
procurando algo ,. Mulher múltipla, pintora,  senhora por inteiro não deixa nada a desejar. Ensaiou se ajoelhar na grama, como num impulso com tudo se colocou firme  ereta, conversava com algumas pessoas que passavam pelo seu caminho, parecia perguntar lhes algo. A resposta sempre negativa porém amigável foi quando encontrou um senhor aparentando uns setenta anos  idade, cabelos crespos  e ruivos. As marcas das rugas mostravam certa agressividade benéfica a ele. Bigodes compridos com as pontas viradas para cima, o que conotava certa virilidade, impossível ver a boca , jamais uma leitura dos lábios. Este homem sim, tinha uma informação. Foi quando Susan me viu. Agradeceu com poucas palavras ao homem ruivo. Veio ao meu encontro.
Pegamos um Taxi na volta, nenhuma palavra apenas perguntas casuais  e uma súbita preocupação com os convidados para o chá. Finalmente Susan fala : _ Não estava lá. A voz firme e imponente, nas mãos apenas as luvas finas e aveludadas de volta a casa para o chá das cinco olhos azuis se olham.


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