Reflexões/ de Julio Sanpietro/ do livro Cronicas, contos e poesias / mensagem do dia.
Vinte e duas horas, ...deitado e envolto em ricos cobertores de lã. lembrei me que ainda circulam pelas ruas, verdadeiros canais de ventos glacial de um outono já ríspido. Lembrei-me daqueles que já cumpriam jornada de trabalho ao relento. daqueles que não tem família nem teto e muito menos agasalho ...
Dei me por feliz e pelo meu lar, meu pão diário, e meus cobertores...
assim envolvido por lembranças que se assenhoravam no cérebro, sono veio sem aviso e o corpo inerte deixou livre o espirito ao encontro de novas aventuras .
Sonhei e não sonhei em vão...
................
Caminhava pelas ruas e ladeiras seculares e tiritar os olhos, A noite era invadida por um espaço anuviar de trevas, a cerração escondia as estrelas e a lua semi visível era o único brilho do céu que me testemunhava.
Fiz parte , naquele momento do estranho mundo dos abandonados, dos órfãos , dos vagabundos de rua... calça rota, sapato sem lustro, camisa aberta ao peito e um peito que se congelava dentro de um palito fino e sujo. Entrando pela " Rua da praia " o vento arvorou se com mais intensidade, parecendo trazer nos seus sopros recortados um lamento sobre humano, provindo talvez do outro lado do mar, que se estendia além das minhas vistas.
Debrucei me no parapeito do ancoradouro do "Rio Itiberê" e fiquei a devassar o infinito de um mundo envolto em sombras, lamento e clemencias...
Em minha frente os botos e as sardinhas subiam e submergiam, atrás as casas noturnas, atrás as casa noturnas tocavam um repertorio mesclado de ritmos que iam e vinham levados e trazidos pelo vento> Os peixes eram livres naquele vasto mundo de gotas salgadas...As prostitutas eram almas presas de um mundo diminuto, sem sono e sem sina...
Ao meu lado dois pobres envolvidos em ralos cobertores, dados por almas nobres, tentavam se proteger enquanto não pegavam no sono, parados, matutando, senti as fibras do estômago o devorar.
Não tinha comido um pão naquele dia de peregrinação pelos caminhos da mendicância. A Cabeça latejava não só afetada pela fome e pelo rigor do frio, como também povoada de pensamentos.
Por que eu, uma criatura tão cheia de sonhos, crente na perfeição humana , feito a imagem divina, reservado a felicidade, carpia um destino adverso?
Nunca tinha ouvida a voz do vento que mais parecia a da minha consciência, Nunca jejuei a ponto de enfraquecer o físico tão cheio de vigor :nunca chorei tanto como o fiz ali naquele roteiro secular, diante de casarões, diante de casarões que sempre tem historias e segredos a revelar.
Porque ?
Era uma indignação que ficava no ar, como as indignações que iam e vinham desfilando galopando nas ondas do vento marinho.
O sonho continuava ...
Venho me lembranças da família amada, todos desfilaram;admirados pelos meus andrajos.tentei ingenuamente voltar o pensamento as minhas origens,apagar aquela imagem negativa e decrépita livrar me daquele latego e reduzir me ao ponto de onde havia partido.
Ufa ! travando luta indômita, consegui acordar e livrar me daquele sonho infausto! Acordado e refeito descobri ter embrenhado naquelas eras remotas , num tempo em que não recordo, talvez num seculo anterior, numa existência anterior quando, possivelmente fazia parte do quotidiano dos habitantes que circulavam por aqueles casarões tão cheios de segredos.
O passado é uma pedra no caminho, para desvendar lo é preciso retirar la e se incorporar no seu mistério revelador.
Confesso que senti a recuperação do que fui em momentos idênticos e estes que foram filmados revelados e projetados numa noite de um outono já ríspido.
Dei me por feliz e pelo meu lar, meu pão diário, e meus cobertores...
assim envolvido por lembranças que se assenhoravam no cérebro, sono veio sem aviso e o corpo inerte deixou livre o espirito ao encontro de novas aventuras .
Sonhei e não sonhei em vão...
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Caminhava pelas ruas e ladeiras seculares e tiritar os olhos, A noite era invadida por um espaço anuviar de trevas, a cerração escondia as estrelas e a lua semi visível era o único brilho do céu que me testemunhava.
Fiz parte , naquele momento do estranho mundo dos abandonados, dos órfãos , dos vagabundos de rua... calça rota, sapato sem lustro, camisa aberta ao peito e um peito que se congelava dentro de um palito fino e sujo. Entrando pela " Rua da praia " o vento arvorou se com mais intensidade, parecendo trazer nos seus sopros recortados um lamento sobre humano, provindo talvez do outro lado do mar, que se estendia além das minhas vistas.
Debrucei me no parapeito do ancoradouro do "Rio Itiberê" e fiquei a devassar o infinito de um mundo envolto em sombras, lamento e clemencias...
Em minha frente os botos e as sardinhas subiam e submergiam, atrás as casas noturnas, atrás as casa noturnas tocavam um repertorio mesclado de ritmos que iam e vinham levados e trazidos pelo vento> Os peixes eram livres naquele vasto mundo de gotas salgadas...As prostitutas eram almas presas de um mundo diminuto, sem sono e sem sina...
Ao meu lado dois pobres envolvidos em ralos cobertores, dados por almas nobres, tentavam se proteger enquanto não pegavam no sono, parados, matutando, senti as fibras do estômago o devorar.
Não tinha comido um pão naquele dia de peregrinação pelos caminhos da mendicância. A Cabeça latejava não só afetada pela fome e pelo rigor do frio, como também povoada de pensamentos.
Por que eu, uma criatura tão cheia de sonhos, crente na perfeição humana , feito a imagem divina, reservado a felicidade, carpia um destino adverso?
Nunca tinha ouvida a voz do vento que mais parecia a da minha consciência, Nunca jejuei a ponto de enfraquecer o físico tão cheio de vigor :nunca chorei tanto como o fiz ali naquele roteiro secular, diante de casarões, diante de casarões que sempre tem historias e segredos a revelar.
Porque ?
Era uma indignação que ficava no ar, como as indignações que iam e vinham desfilando galopando nas ondas do vento marinho.
O sonho continuava ...
Venho me lembranças da família amada, todos desfilaram;admirados pelos meus andrajos.tentei ingenuamente voltar o pensamento as minhas origens,apagar aquela imagem negativa e decrépita livrar me daquele latego e reduzir me ao ponto de onde havia partido.
Ufa ! travando luta indômita, consegui acordar e livrar me daquele sonho infausto! Acordado e refeito descobri ter embrenhado naquelas eras remotas , num tempo em que não recordo, talvez num seculo anterior, numa existência anterior quando, possivelmente fazia parte do quotidiano dos habitantes que circulavam por aqueles casarões tão cheios de segredos.
O passado é uma pedra no caminho, para desvendar lo é preciso retirar la e se incorporar no seu mistério revelador.
Confesso que senti a recuperação do que fui em momentos idênticos e estes que foram filmados revelados e projetados numa noite de um outono já ríspido.
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